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Crítica: 'Better Man' é biografia divertida, mas que esbarra na antipatia do biografado

Foto do escritor: Matheus MansMatheus Mans

Não dá para dizer que Better Man, cinebiografia sobre o cantor britânico Robbie Williams, é banal, simples, mais do mesmo. Afinal, o diretor Michael Gracey (do terrível O Rei do Show) fez algo para diferenciar a produção de tudo que é feito por aí: transformou seu biografado em um macaco. Tudo começou quando o próprio cantor disse que se via assim, como alguém menos evoluído que os demais. A ideia é boa -- o biografado que não ajuda a colocar o longa pra cima.


Estreia desta quinta-feira, 13, o longa-metragem tem uma estrutura do jeito que já conhecemos: somos apresentados para Robbie desde pequeno (com a voz do próprio músico), com o desejo de ser um artista, assim como o pai dele. Aliás, é a partir da falta de atenção paterna que surge a ideia de cantar: o pai tem olhos apenas para o aparelho de TV e cantores, não pro menino.


A partir daí, nesse formato de animal falante, Better Man vai mostrando a jornada de Williams, passando pela banda Take That e até chegar ao sucesso avassalador de sua carreira solo. Ou seja: há certa ousadia no formato, dizendo algo por meio do visual, mas com narrativa casual.



É a típica jornada de superação, de daddy issues, de um artista que precisou se reinventar para ser alguém. Nada de novo no front, apenas as boas saídas e sacadas visuais de Gracey.


No resultado geral, porém, não dá para deixar de admitir que há um tom divertido inusitado. Não só o macaco traz boas ideias a partir de uma simples decisão visual, como é engraçado -- e um tanto desconfortável -- assistir esse animal passando por situações diversas. É uma experiência particular e acertada, com números musicais que convencem e causam nostalgia.


Uma pena, porém, que Williams seja um biografado tão pouco "gostável". Cheio de caminhos errados, falta carisma ao cantor. As decisões de Gracey sobre como contar a história também não ajudam: enquanto James Mangold levantou Bob Dylan em Um Completo Desconhecido, Gracey diminui ainda mais Williams. Não só seu comportamento errático, mas até a fixação pelo pai -- outra pessoa detestável e que é exaltada ao fim, enquanto a mãe fica na sombra.

 

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