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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Coffee & Kareem', da Netflix, é comédia exagerada e pouco cativante


O policial James Coffee (Ed Helms) não tem a melhor das vidas. Desacreditado por seus superiores, ele acaba sendo escanteado na missão de proteger a cidade de criminosos. A coisa muda de figura, porém, quando o enteado Kareem (Terrence Little Gardenhigh) envolve o padrasto no submundo do crime. É a deixa para os dois enfrentarem um poderoso gângster.


Dirigido por Michael Dowse (do bonitinho Será que?), Coffee & Kareem deixa claro, logo de cara, que quer ironizar os filmes policiais clássicos. A dupla principal formada por um negro e um branco, a corrupção no meio policial, a linguagem das ruas e o fracasso do protagonista saltam aos olhos e mostram que o roteirista Shane Mack tinha alvos muito bem definidos na história.


E no começo, esse humor funciona. Afinal, Dowse sabe usar a figura de Helms do jeito mais certeiro possível. É um cara bonzinho e simpático, mas que transpira fracasso. Sua necessidade de agradar o enteado boca-suja é divertidíssima, assim como os primeiros lampejos da relação entre os dois. Só de olhar para a cara de James Coffee já é engraçado. E Dowse sabe disso.

No entanto, conforme a situação avança, com Coffee e Kareem se aprofundando na investigação dos criminosos, a piada vai avançando mais do que deveria. A brincadeira com os filmes policiais clássicos fica no passado e o roteiro acaba dando muito mais peso à Kareem do que à Coffee. O jovem Gardenhigh é excelente, vale ressaltar. Mas o personagem é pouco interessante.


O uso exagerado de palavrões e de expressões com conotação sexual vão cansando. Conforme as coisas não se renovam, Coffee & Kareem cai numa mesmice deprimente. Ed Helms é explorado como o bobão até o fim, Kareem como o menino boca suja. Não há evolução, não há transformações. É um filme estagnado, sempre com o mesmo tipo de humor e de situações.


No final, há um sentimento de que não se chegou a lugar algum -- se não fosse a bronca da personagem interpretada por Taraji P. Henson seria um filme pronto para jogar no lixo. Dowse quis brincar estereótipos, mas acabou caindo no mais perigoso: aquele filme que tenta ser o engraçadão e, no final, é apenas mais uma piada de mau gosto que ninguém vai se lembrar.

 
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