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Crítica: 'Exterritorial' é filme razoável (e apenas isso) da Netflix

  • Foto do escritor: Matheus Mans
    Matheus Mans
  • há 4 minutos
  • 2 min de leitura

A Netflix lança, todo mês, uma montanha de filmes -- algo que nenhuma outra distribuidora no mundo chega perto. Obviamente, boa parte desses filmes é ruim, de baixa qualidade mesmo. Um ou outro se salva. Por isso, um filme apenas razoável como Exterritorial, estreia da última quarta-feira, 30, surpreende. Não há nada fora da curva, apenas o "arroz com feijão" bem feito.


Dirigido e roteirizado pelo alemão Christian Zübert, de O Tesouro do Falcão Branco, o longa conta uma história interessante: Sara (Jeanne Goursaud) vai até a embaixada americana em Frankfurt, ao lado do filho pequeno, para conseguir um visto de trabalho nos Estados Unidos.


Tudo certo até o momento em que o menino some. Fugiu? Desapareceu? Foi sequestrado? Sara se desespera, obviamente, e começa a procurar o menino por todos os lados. É aí que a protagonista se vê no meio de uma situação difícil de escapar. Será que ela está delirando, por conta de seu estresse pós-traumático, ou realmente existe um complô na embaixada contra ela?


Zübert parece se divertir com essa dinâmica, também deixando o espectador no escuro em alguns momentos. No entanto, não é ousado o bastante para manter isso até o final. Rapidamente as coisas são esclarecidas e Exterritorial se torna um filme de ação convencional, mas bem feito, sobre essa mulher lutando contra fantasmas do passado, revelados aos poucos.

Convencional, afinal, já que quase todos os elementos que carregam essa história já foram vistos em outros títulos do cinema de ação. Há tons de Plano de Voo, clássico do gênero com Jodie Foster, assim como todo aquele clima de gaslighting de O Fugitivo, com Harrison Ford.


É uma miscelânea de referências e estilos que já vimos, tratados de maneira correta por Zübert -- que, de novo, poderia ser mais ousado se deixasse a trama entre a realidade e o delírio.


Sorte do cineasta alemão, aliás, ter uma atriz tão competente ao seu lado. Jeanne Goursaud, de Kabul e Bárbaros, encarna a Charlize Theron de Atômica e entrega um bom desempenho até mesmo nas cenas de ação mais exigentes. Há vigor aqui, mesmo quando tudo é pasteurizado.


O final de Exterritorial é a parte menos interessante de tudo. Apesar do bom trabalho também de Dougray Scott como o chefe da segurança Erik Kynch, as coisas se prolongam demais e Zübert perder o pique. Ainda assim, o longa termina em um bom tom: tem boas atuações, uma ideia geral interessante e cenas de ação que funcionam bem. Bom entretenimento.


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