Assim que Limiar chegar aos cinemas brasileiros ou ao video on demand de maneira oficial, já tenho uma certeza: estará na lista de piores do ano. Afinal, este média-metragem exibido na 44ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo é daqueles filmes vazios, que beiram o insuportável, e que não consegue nos trazer nenhuma mensagem, nenhuma ideia, nem reflexão.
A proposta inicial de Limiar é interessante. Dirigido por Rouzbeh Akhbari e Felix Kalmenson, o média-metragem -- de apenas 64 minutos -- acompanha a jornada de um cineasta na Armênia em busca de locações. E o que poderia resultar em um filme interessante sobre uma jornada urbana, social e antropológica, Limiar acaba restrito em suas próprias pretensões frias e vazias.
Afinal, Akhbari e Kalmenson não sai dessas idas e vindas. Ainda que tenha um momento ou outro interessante com conversas com cidadãos e transeuntes, o escopo principal do filme acaba sendo apenas o vazio. Apenas essas andanças do diretor. São imagens bonitas, muito bem filmadas, mas que são quase um feed do Instagram. Vazias e pouco memoráveis.
Dessa forma, rapidamente, Limiar fica na beirada do insuportável. Até certo momento, essa rolagem pelo Instagram de Akhbari e Kalmenson é instigante e leva adiante. No entanto, lá pelos vinte minutos, o média-metragem acaba recaindo em sua própria obviedade, se dobrando no vazio de suas intenções. É uma execução trágica, sem sentido, e que nunca melhor, vai além.
Pode ser que para o povo armênio ou para quem é próximo da cultura armênia entenda melhor as intenções de Limiar, já que podem compreender os significados das locações usadas pelo filme. Mas, para o restante do mundo, o média-metragem é isso: um compilado de bonitas imagens e sequências, bem fotografadas, mas que não vai em nada além disso. Uma pena.
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