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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Meu Fim. Seu Começo' é drama alemão que emociona e surpreende


Que boa surpresa é o drama alemão Meu Fim. Seu Começo, que chega aos cinemas brasileiros já nesta quinta-feira, 30. Dirigido por Mariko Minoguchi, estreante em longas, o filme acompanha duas histórias de maneira quase simultânea. De um lado, está Nora (Saskia Rosendahl), uma jovem que vê seu namorado ser morto na sua frente, durante um assalto. De outro está Natan (Edin Hasanovic), passando por maus bocados após sua filha ser diagnosticada com leucemia.


A partir dessas duas histórias trágicas, Minoguchi mostra personalidade e qualidade como realizadora ao resistir às tentações. Sim, tentações. Afinal, Meu Fim. Seu Começo tinha tudo para ser um melodrama exagerado, que força as emoções com tragédias pessoais aleatórias, como tanto vemos por aí. No entanto, a cineasta e roteirista segue um caminho totalmente diferente, misturando drama com espécie de "cinema de gênero alternativo", brincando com as sensações.


Oras, afinal, todo o filme parte de um conceito apresentado pelo namorado de Nora -- um físico que estuda tempo e espaço, assim como o significado de um déjà vu -- de que passado, presente e futuro se confundem. E nisso, Minoguchi também não trata a trama com a linearidade esperada. Ela ousa com a história, a monta como uma quebra-cabeça, e vai oferecendo ao espectador as ferramentas para irmos montando o que está sendo bem apresentado na tela.


Ainda que a conclusão, com uma certa reviravolta, fique de certa maneira clara já pela metade da narrativa, ainda assim há surpresa com a forma que as coisas se desenrolam. Muito por conta da força das atuações de Rosendahl (Lore) e Hasanovic, que sabem administrar a força de seus personagens -- ambos passando por tormentos que os jogam no meio da discussão sobre vida e morte -- em tramas que não cansam de desenrolar das maneiras mais surpreendentes.


Ao final, Meu Fim. Seu Começo. é um filme polivalente e que, apesar de algumas obviedades (Nora e Aron, sério?) típicas de uma realizadora inexperiente, há boas qualidades. O mais interessante é notar, enfim, como Minoguchi conseguiu pegar conceitos geralmente usados em filmes populares (Efeito Borboleta é o mais lembrado aqui, sem dúvidas) e adicionar um verniz potente que lembra bem o que vemos em festivais por aí. Uma das boas surpresas de 2021.

 

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