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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'O Homem Ideal' é comédia romântica fora dos padrões


Que boa surpresa é O Homem Ideal, longa-metragem alemão que chega aos cinemas nesta quinta-feira, 23. Dirigido por Maria Schrader (Stefan Zweig: Adeus, Europa), que também assina o roteiro ao lado de Jan Schomburg, o filme acompanha a história de Alma (Maren Eggert), uma reconhecida pesquisadora que aceita entrar em um projeto experimental sobre alma gêmeas.


Só que nada de humanos do outro lado da equação. Alma, na verdade, começa a sair com Tom (Dan Stevens), um robô feito sob medida para que as mulheres se apaixonem por ele. É elegante, bonito, simpático, gentil. Ao longo de 108 minutos, acompanhamos como essa relação vai se desenvolvendo e, principalmente, como Alma reage às perfeições dessa alma gêmea fabricada.


Essa mistura de romance com ficção científica, em um primeiro momento, lembra um pouco Complicações do Amor, excepcional longa-metragem com Elisabeth Moss e Mark Duplass que traz reflexões sobre relacionamentos a partir de uma perspectiva inédita. Só que, no desenrolar da história, Schrader vai adicionando mais humanidade à história do que ficção especulativa.

Tom, afinal, é um acelerador de emoções de Alma, a verdadeira protagonista do longa-metragem. Ela é confrontada não só com a perfeição desse homem utópico e idealizado, mas também com a pressão daquele relacionamento ter que dar certo. "Que tipo de mulher é essa que não dá certo nem com um homem desses?", fofocaria aquela pessoa. É só pressão.


O Homem Ideal só perde força conforme a cineasta e roteirista acaba focando em algumas piadas em detrimento de um desenvolvimento emocional mais afiado -- o longa-metragem alemão teria muito mais força se tivesse seguido por um caminho de romance dramático, como o próprio Complicações do Amor. Muitas oportunidades de boas reflexões são perdidas.


Nessa trama, Eggert (Eu Estava em Casa, Mas...) está realmente bem, com uma profundidade interessante nessa pressão de ser sempre perfeita e certeira, seja no amor ou no trabalho. Ela ajuda a dar essas camadas que se perdem no roteiro. Mas o grande destaque é Stevens (A Bela e a Fera), que faz esse robô perfeito surpreendentemente bem. É divertido e até mesmo crível.


No final, lá nos seus últimos cinco minutos, O Homem Ideal ainda traz uma reflexão interessante sobre os efeitos da internet, da conexão e das redes sociais -- algo que já havia sido pincelado com esse assunto da pressão pela perfeição. É, enfim, uma boa comédia romântica que poderia ter encontrado mais espaço no drama e na reflexão. Ainda assim, vale mergulhar nessa história.

 

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