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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Passei por Aqui' é bom thriller de suspense da Netflix


Confesso que fui assistir a Passei por Aqui, thriller que estreou na Netflix nesta quarta, 31, com os dois pés atrás. Afinal, o serviço de streaming lança filmes do gênero aos montes, mas acerta pouquíssimas vezes. Dá pra contar nos dedos. No entanto, veja que agradável surpresa: o longa-metragem consegue deixar o espectador preso na história e tenso com os acontecimentos.


A trama acompanha a história de Toby (George MacKay), um grafiteiro que invade a casa de ricaços de Londres para fazer uma pichação na parede -- com os escritos "passei por aqui", gera insegurança e mostra que nem tudo está tranquilo na vida dessas pessoas. Até que ele cruza com Hector Blake (Hugh Bonneville), um ex-juiz que esconde coisas que poucos imaginam.


Passei por Aqui, assim, reverte a lógica dos filmes de invasão de domicílios para algo com algo mais a dizer. Tem um comentário social nesse roteiro, escrito pelo também diretor Babak Anvari (Sob a Sombra). Parece uma nova compreensão desse subgênero que já está desgastado e que traz dois caminhos, de comentário social e o de violência extrema, como O Homem nas Trevas.

Parte desse acerto se deve ao bom desempenho do elenco, principalmente Bonneville. O astro, conhecido por seus personagens de Downton Abbey e As Aventuras de Paddington, se sai muito bem como esse homem perturbado. Realmente dá medo, principalmente conforme o roteiro mostra que suas ações não possuem consequências tão triviais como em qualquer outro caso.


Há, também, uma virada de roteiro interessante lá no final do primeiro ato. Enquanto esperamos que o filme siga por um caminho natural, rapidamente há uma mudança de tom e de ritmo. O filme se transforma em outra coisa. O tom social cresce. E personagens que pareciam ser apenas coadjuvantes ganham protagonismo, enfrentando esse momento diferente da história.


É interessante e ousado, algo raro de se ver em um exclusivo da Netflix. De resto, fica a observação de que o filme se prolonga mais do que deveria em alguns assuntos -- ainda que a passagem de tempo seja esperta e bem editada -- e essa mudança de rumo no roteiro também produz um vazio narrativo em alguns pontos. Algumas pessoas podem perder o interesse.


Mas, ainda assim, Passei por Aqui é um acerto do cinema de thriller em 2022. Possui alguns problemas em sua estrutura, é claro, mas nada que tire o caráter divertido do filme. Você fica preso na história, interessado no desenrolar e curioso com a forma que o diretor vai concluir a trama. Ponto para a Netflix, que há tempos não conseguia acertar qualquer coisa nessa seara.

 

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