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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Três Mulheres' é filme sem qualquer marca diferencial


Cena do filme Três Mulheres com a atriz Hanna van Vliet em foco

Winnie (Anna Bachmann) é uma garota alemã desconfiada e deprimida. Simone (Hanna van Vliet) é uma judia holandesa ousada, corajosa e que vê o futuro como algo promissor. Já Vera (Eugénie Anselin) é uma atiradora russa dura e resistente, mas que sabe ver humanidade no próximo. Essas personagens, protagonistas de Três Mulheres, se juntam pelo acaso do destino, quando a Segunda Guerra chega ao fim e um trem com judeus é interceptado pelos russos.


Estreia desta quinta-feira, 8 de junho, o longa-metragem da diretora e roteirista Saskia Diesing (Nena) transita entre essas três personagens, mostrando não apenas como estão vivendo o período de uma das guerras mais sangrentas da História, mas também como todo esse período as afetou de diferentes maneiras. É uma situação bastante inusitada e única da vida dessas personagens, que estão em situações que as colocam em um limite de suas trajetórias.


É inegável que Saskia dirige essa história com humanidade e uma boa dose de sensibilidade. Ela sabe, dentre outras coisas, como aplicar a perspectiva feminina nesse período tão obscuro, em que homens controlavam a narrativa e ditavam os caminhos da humanidade. Há, sem dúvidas, um certo frescor na forma que a cineasta olha, por meio de Três Mulheres, para a vida passada e as feridas que a Segunda Guerra abriu nas pessoas -- além de criar novos sentimentos.

Só que tudo isso é contado e mostrado da maneira mais apática e sem vida. Lembrando filmes como Bye, Bye, Alemanha e Lore, mas sem as boas sacadas deste último, o longa-metragem se assemelha com qualquer outra produção da Segunda Guerra. O fato de falar sobre um período logo após o fim do conflito, como no caso desses outros dois filmes citados, também acaba caindo no marasmo de não saber como avançar em discussões importantes e necessárias.


Além disso, há de se admitir que Diesing não é uma boa diretora de elenco. As três personagens em questão não passam de estereótipos que já vimos aos montes: Vera é aquela mulher durona; Simone é a mulher de fibra; e Winnie é aquela mulher sofrida, mas persistente. São apenas ideias que nunca são realmente desenvolvidas, ficando no limite do óbvio. Será que não havia mais complexidade nessas personagens, inseridas em um tempo repleto de desafios?


O fato é que, quando o filme termina, nem há muito espaço para sentir algo, já que sabemos exatamente o caminho daquela história e de seus personagens. Apesar da boa ideia inicial, que tem algo de interessante, Três Mulheres recai nas mesmas histórias de sempre sobre a Segunda Guerra Mundial. Quer algo que seja realmente ousado e diferenciado? Assista ao filme Lore, que citamos antes, ou, principalmente, 1945. Histórias que realmente saem do óbvio.

Nota 2 na crítica do filme Três Mulheres
 
Autor da crítica sobre Três Mulheres

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