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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Um Dia para Viver' é premissa desperdiçada em trama ruim


É inevitável pensar, ao final de Um Dia para Viver, o que esse filme estrelado por Ethan Hawke poderia ter sido. Apenas poderia. Afinal, ainda que tenha um argumento interessante e uma premissa original para um filme do gênero, esse longa-metragem de ação se perde em clichês baratos, resoluções frágeis e situações sem explicações plausíveis.

A trama é simples: Ethan Hawke é Travis Conrad, um assassino de aluguel que não quer mais saber de trabalho após a morte da esposa e do filho. No entanto, ele tem o interesse desperto por um último serviço, no qual um outro assassino precisa ser morto antes que revele seus segredos -- e, logo, os segredos de sua corporação -- para a Interpol.

O começo é pragmático e lembra quaisquer outros filmes de ação. Não há criatividade por parte do diretor Brian Smrz (do fraco Herói), que conduz de maneira operante a narrativa óbvia do trio de roteiristas Zach Dean (A Fuga), Ron Mita e Jim McClain (ambos da animação Robôs, de 2005). Uma virada de trama, aos 20 e poucos minutos, é que anima.

Neste momento, Um Dia Para Viver coloca os pés num terreno interessante que junta premissas de filmes como John Wick, Atômica e O Preço do Amanhã -- tudo, ainda, misturado com um visual alucinógeno. É o ponto do filme em que grande parte da audiência deverá se entusiasmar e pensar que irá encontrar uma nova pérola desse gênero.

Mas não. A tal "virada", que parece tão interessante no começo, é absorvida pelos clichês que a trama, naturalmente, traz. Ao invés do elemento novo ditar a história do filme, ele vira refém desses problemas e não consegue avançar. De O Preço do Amanhã, sobra só uma poeira. De John Wick e Atômica, a violência. E do visual alucinógeno, uma lembrança.

O elenco já mostra que sabia da bomba em que estavam desde o começo. Ethan Hawke nada lembra do bom ator que é em Boyhood, Antes do Amanhecer e na ficção científica Predestinado. Ele está genérico e fica com um rosnado constante que não faz sentido algum. Qing Xu (Looper) é mais uma atriz chinesa péssima que serve pro filme ganhar espaço na China -- mas não adianta desse jeito. E o resto do elenco está operante.

Ao final, fica um gosto amargo na boca de algo que poderia ser muito melhor e muito mais interessante nas mãos de um diretor mais entusiasmado e de roteiristas que sabem como reverter histórias batidas. Infelizmente, porém, os clichês do gênero tomam conta e não consegue ser escondidos pela história. É só mais uma história a ser esquecida.

 
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