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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Viver Duas Vezes', da Netflix, é fofo drama espanhol sobre Alzheimer

Atualizado: 14 de jan. de 2020


Emílio (Oscar Martínez) é um professor de matemática aposentado que curte a vida. Faz Sudoku (que ele insiste em chamar de quadrado mágico), passeia por aí e faz suas coisas. A situação complica, porém, quando ele é diagnosticado com Mal de Alzheimer e, assim, enxerga a oportunidade final de sair pela Argentina para encontrar o seu eterno romance de juventude.


Esta é a trama de Viver Duas Vezes, dramédia espanhola dirigida Maria Teresa Ripoll (do fraco A Culpa Não é do Carma) e que estreou no catálogo brasileiro da Netflix nesta terça-feira, 7.


Assim como Longe Dela, Ella & John e A Viagem do Meu Pai, a trama desta dramédia argentina se vale das relações familiares e amorosas para despertar emoção na perda de memória. Afinal, a sensação que fica é que apenas ver a pessoa perder as lembranças e até os "modos" não surte efeito no cinema dramático para o choro -- até o cult Amor se vale dessa premissa familiar.

Não dá para esperar, então, que esta pequena dramédia inove e reinvente a roda. Pelo contrário. Maria Teresa Ripoll segue o beabá do subgênero e não avança em nada. A união da família na tal viagem final de Emílio traz todos os clichês esperados do gênero e fica por isso mesmo. Assim, como road movie, Viver Duas Vezes não sai do lugar, com perdão pelo trocadilho. É o de sempre.


O que emociona, de fato, é quando Ripoll pega a situação desses idosos vulneráveis, que estão vendo as lembranças se tornarem uma distante névoa, e torcer até cair a última lágrima. E aqui, a cineasta não é nada delicada -- ao contrário dos já citados A Viagem do Meu Pai e Ella & John, por exemplo. Mas funciona. Pessoa sensíveis devem ter dificuldade em segurar choro.


De resto, porém, há um filme pouco memorável. Com exceção da atuação sempre de gala de Oscar Martínez (Relatos Selvagens), nada é digno de nota. Tudo, como dito, caminha por meios confortáveis e acertados. Como entretenimento, vai funcionar -- as pessoas vão chorar e achar tudo fofo e lindo. Como cinema, de fato, falta alguma novidade ou originalidade. É mediano.

 
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