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  • Foto do escritorMatheus Mans

'É um filme sobre perda de identidade', diz diretor de 'Coração de Cowboy'


Emoldurados pelo imponente espaço da casa de show Villa Country, em São Paulo, elenco e produção do drama nacional Coração de Cowboy deixaram claro que a trama, por mais que tenha raízes sertanejas, ultrapassa as barreiras do gênero musical e tenta tocar, de alguma forma, em assuntos emocionais. "É um filme sobre a perda de identidade, sobre a necessidade de se reconectar com o passado", resumiu o diretor Gui Pereira durante coletiva de imprensa realizada na tarde da última segunda-feira, 24.

Coração de Cowboy acompanha a trajetória de Lucca (Gabriel Sater), um cantor de sertanejo universitário que entra em crise ao não se reconhecer mais em suas músicas. A saída, então, é abandonar tudo e partir para a cidade de seu pai (Jackson Antunes), onde precisará recriar vínculos e tentar, de algum modo, encontrar novamente a sua identidade. Nesse difícil processo, o rapaz ainda conhece uma dona de bar durona (Thaila Ayala) e revê a sua antiga companheira de palcos Marcella (Thaís Pacholek).

A inspiração sertaneja do longa-metragem fica mais lúcida ao compreender o processo de escrita de Gui e seu passado como cineasta. Diretor de clipes, como da dupla universitária Mayck e Júlio César, ele estava escrevendo um longa-metragem de terror quando, no rádio, tocou Fogão de Lenha, de Chitãozinho & Xororó. Ele percebeu que precisava voltar às raízes e não se aventurar em coisas que não o representam. No entanto, o cineasta constata que a história é mais universal do que parece inicialmente.

"Por mais que seja uma história envolvendo um cantor sertanejo, você pode trocar a figura do cowboy por músicos de quaisquer outros gêneros que continua fazendo sentido dentro da trama. Mais: você pode colocar cineastas, jornalistas, o que for. É uma história que vai além dos rótulos", resumiu o cineasta. E ele ainda ressalta: "não quero cutucar o sertanejo universitário com esse filme. Há muitos por aí que possuem repertórios excelentes, que mesclam música contemporânea com as raízes do gênero."

Volta. O elenco também ressaltou a volta às raízes para compôr seus personagens. Thaila Ayala (Pica-Pau), por exemplo, nasceu na cidade de Presidente Prudente, no interior de São Paulo. No entanto, quando foi para o Rio de Janeiro para trabalhar, teve que perder seu sotaque interiorano e falar de um jeito "mais carioca". "De algum modo, a minha personagem foi uma volta às minhas raízes", disse. "Afinal, também passei por um processo de perda de identidade. A personagem é a minha verdadeira essência."

Gabriel Sater (Meu Pedacinho de Chão), enquanto isso, não precisou se refugiar muito nas profundezas de sua memória. Afinal, ele é filho do cantor Almir Sater e, de alguma forma, sempre esteve relacionado com a música e o sertanejo. Por isso, diz que pegou o papel com unhas e dentes. "Li o roteiro pela primeira vez e já queria fazer o filme", conta o ator e cantor. "Abdiquei de muita coisa para conseguir estar aqui hoje."

 

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