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Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Fome de Poder', na Netflix, faz refletir e conta história desconhecida

Atualizado: 11 de jan. de 2022


O que você sabe sobre o McDonald’s? Por trás daquele lanche e das batatas fritas sempre crocantes, como foi construído este império alimentício? Se você não sabe nada disso, um filme que acaba de chegar à Netflix pode te ajudar a entender toda a história dos arcos dourados: Fome de Poder, com Michael Keaton no elenco e direção John Lee Hancock, de Walt nos Bastidores de Mary Poppins.

A produção começa de um jeito simples, sem grandiosidade -- e que causa até certo estranhamento em quem desconhece a história da rede de lanchonetes. Acompanhamos a vida de Ray Kroc (Keaton, impecável), um vendedor de máquinas de milk shake e que tenta dar um impulso em sua vida. Seus olhos começam a brilhar, então, quando ele descobre a pequena lanchonete dos irmãos McDonald.

Diferente de tudo que já foi visto até então, a tal lanchonete -- o McDonald’s, em um estágio embrionário ainda -- não entrega a comida no carro. Pelo contrário: a pessoa vai até o caixa e depois se vira para comer. É o começo do fast food, uma coisa inédita até então. Kroc vê aí a sua oportunidade de crescer e começa a desenvolver um esquema de franquias, contra a vontade dos irmãos.

A partir daí, a história começa a mostrar os bastidores do esquema de Kroc. E isso John Lee Hancock faz muito bem -- afinal, já contou os bastidores da filmagem de Mary Poppins. De um jeito quase documental, ele consegue contar a história do McDonald’s, inicialmente, de um jeito sóbrio, sem interferir na opinião do espectador sobre o que vai acontecendo. É o necessário para deixar o espectador participar da história.

A atuação de Michael Keaton também dá força para a narrativa, conforme cresce junto com a personagem. Inicialmente contido, ele vai colocando peso interpretativo na personagem de Krock. A trama, com isso, ganha importância. Nick Offerman e John Carroll Lynch, que interpretam os irmãos McDonald, também agregam à produção, com atuações certeiras de homens simples, mas inteligentes.

Fome de Poder só perde um pouco de força conforme a trama ganha corpo. Apesar de ter um começo firme sobre a produção, John Lee Hancock não consegue segurar a força do filme, nem a interpretação de Michael Keaton. Como diretor mediano que é, Hancock não consegue manter a coerência e acaba exagerando no tom -- a sobriedade do começo do filme, então, acaba se perdendo.

No entanto, este é um filme que mais importa a história do que a execução em si. É um tipo de biografia e que segue um caminho interessante, mostrando um outro lado que poucos conhecem do McDonald’s. O roteiro de Robert Siegel -- do clássico O Lutador -- é preciso e consegue pinçar bons acontecimentos para trazer à narrativa, sem se perder em outros temas e assuntos.

No final, você sai da projeção com um gosto amargo na boca e uma visão diferente sobre a rede de lanchonetes. Sinal que o filme surtiu o efeito necessário e cumpriu seu papel. Afinal, filme bom é o que te faz pensar, transformando-o ao longo da sessão. E este, mesmo com uma direção instável e sem grandes atrativos, cumpre o papel com maestria. Ótima pedida para assistir na Netflix.

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