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  • Foto do escritorMatheus Mans

Literatour aposta em livros usados para clube de assinatura


Clubes de assinatura se tornaram um sucesso estrondoso nos últimos anos. Já é possível encontrar clubes de vinhos, pets, conteúdo nerd, cinema e, claro, livros. Mas, apesar da ampla variedade, os preços podem assustar -- a TAG, principal empresa de assinatura literária, tem mensalidades que chegam a R$ 63, sem frete. Vendo essa brecha de mercado, Luan Lima e Eduardo Machion fundaram o Literatour, clube de assinaturas que envia livros usados e semi-novos por preços bem abaixo do mercado

"A ideia surgiu da minha própria experiência com redes sociais. Eu sempre gostei bastante de ler e, por conta dessa paixão, participo de grupos voltados para resenha e indicação de livros no Facebook. E, nessas minhas andanças, reparei que os posts com trocas de livro usados sempre bombavam, assim como os de outros clubes de assinatura", explica Luan, que se divide entre o trabalho como analista de sistemas e o Literatour. "Pensei em unir as duas pontas: o compartilhamento de livros usados e a ideia de um clube de assinatura. Depois disso, contei ao Eduardo, meu amigo há anos.

Assim, os dois se uniram e criaram, rapidamente, o clube. Atualmente, o Literatour possui duas modalidades de assinatura: a básica, que vem com um livro, por R$ 11,90; e a premium, que vem com dois livros, por R$ 16,90. Ambos os kits ainda são acompanhados de um marcador de página, um bottom e um card colecionável do clube.

Segundo Luan, esse preço mais em conta faz parte da estratégia do clube para entrar no mercado e se manter. "Nós não gastamos com curadoria de autores famosos, nem acordos com editoras grandes. Nossos produtos são livros seminovos ou usados. Com isso, conseguimos um patamar de custo difícil de se atingir no modelo de negócio tradicional dos nossos concorrentes", explica o cofundador. "Nosso objetivo é ganhar marca e difundir nossa ideia. Mostrar às pessoas que livros seminovos ou usados também merecem sua atenção, oferecendo experiência de leitura surpreendente."

E se vier um livro repetido? Afinal, aqui não há livros inéditos ou edições especiais. São livros usados que poderiam estar na estante de qualquer pessoa. Luan explica: "caso o assinante receba um livro que já tem, facilitamos a troca. Ele pode nos enviar o livro de volta junto com outros que deseja desapegar. Em alguns casos concedemos descontos na próxima mensalidade. Futuramente esse problema será completamente resolvido, pois estamos desenvolvendo uma aplicação onde nossos usuários poderão nos dar mais detalhes sobre seus gostos literários e até mesmo restringir os livros que já possui".

Mercado

O Literatour chega em um momento interessante do mercado editorial. As livrarias estão passando por uma crise profunda, com grandes players do mercado entrando em recuperação judicial. Além disso, o mercado editorial brasileiro perdeu um quarto do seu tamanho entre 2006 e 2018 -- grande parte dessa queda, porém, aconteceu nos últimos quatro anos. Enquanto isso, clubes de assinatura ganharam espaço, mas ainda parecem estar tateando soluções. Ainda há muito mais do mesmo, variando só o gênero literário.

Por isso, Luan, que tem apenas 23 anos, está animado com as possibilidades. "É um ótimo mercado. Ainda há muito a ser explorado", disse, ao Esquina. "Tanto é que novos clubes continuam surgindo todos os meses. Não só de livros, mas também de artigos geeks, cultura otaku e até cerveja. Clubes de assinatura no Brasil vieram pra ficar."

 

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