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  • Foto do escritorMatheus Mans

Nos bastidores de 'Turma da Mônica: Laços', improviso e amizade


Durante coletiva de imprensa do filme Turma da Mônica: Laços, ficou evidente como todos os envolvidos já possuíam uma relação emocional com os personagens dos quadrinhos criados por Maurício de Sousa. Daniel Rezende (Bingo), o diretor, destacou que a iniciativa de transformar a turma do Limoeiro partiu dele próprio. O quarteto de protagonistas mostrou que já estava acostumado a ler os gibis depois de fazer a lição ou, então, após ganhar as revistinhas de presente de seus pais. E Maurício de Sousa, o pai daquilo ali tudo, só sorria com satisfação, numa alegria que era perceptível de longe.

Esse sorriso, aliás, era o termômetro usado por Rezende para saber se estava seguindo um bom caminho ou não. Afinal, como saber se está fazendo um bom trabalho com personagens que fazem parte do imaginário de milhões de brasileiros? "Se os olhos do Maurício brilhavam, sabia que estava indo por um caminho positivo", ressaltou o cineasta, durante a entrevista coletiva realizada em São Paulo nesta segunda-feira, 17. "Era uma responsabilidade enorme que eu tinha em mãos. Por isso, decidimos tudo em conjunto. Elenco, figurino, direção de arte, trilha sonora. Nada era decisão individual."

O resultado, como destacado pelo Esquina, foi positivo e funcionou. A história sobre a fuga do cachorro Floquinho e da subsequente busca empreendida por Cebolinha, Cascão, Mônica e Magali é um refresco inocente em meio a um País mergulhado em escândalos e noticiários problemáticos. E tudo isso graças à visão de Daniel. "Sempre fui um dos milhões de fãs número 1 dos gibis do Maurício de Sousa. E, enquanto eu lia, sempre imaginava isso no cinema", prosseguiu o diretor. "Bati na porta deles pela ideia."

Maurício de Sousa, apesar de não ter sido a pessoa a ir atrás de um diretor para uma adaptação live action, parece que tomou gosto pela coisa. Logo depois de Daniel Rezende afirmar que já estão pensando numa continuação para o filme, o criador disse que a MSP está atrás desse formato e não vai largar o osso. "Tomamos gosto pelo cinema", disse o quadrinista, visivelmente alegre. "Nunca achei que ia dar certo algo assim na tela grande. Mas agora temos como prosseguir nesse caminho. São centenas de personagens, bons atores, boa equipe e 60 anos da Maurício de Sousa Produções".

Construção

O roteiro do longa-metragem foi baseado numa graphic novel homônima, escrita pelos irmãos Vitor e Lu Cafaggi. No entanto, apesar do material disponível, Rezende e o roteirista Thiago Dottori mexeram bem no conteúdo. "Laços é uma ótima primeira história, mas já leva em conta que o leitor sabe quem são os personagens, o que está acontecendo", conta Daniel. "O que nós fizemos foi inserir mais elementos para que o espectador se identificasse também com os gibis e com o ambiente do Limoeiro".

Além disso, a produção inseriu easter eggs ao longo de todo o filme -- como almofadas do Jotalhão e do Horácio, gibis do Chico Bento, referências à turma do Penadinho, etc. E, é claro, colocou Rodrigo Santoro (300) como o Louco, numa das cenas mais emocionantes de todo o longa-metragem. "Convidei o Santoro de supetão, quando vi ele num evento. Primeiro ele não entendeu muita coisa, mas depois começou a ficar fascinado com a ideia", explica o diretor. "E olha que o Louco nem está na HQ original".

Rezende também ressaltou que rolou muito improviso. Afinal, ele não deixava os atores-mirins lerem o roteiro com muita antecedência. O objetivo era deixar a emoção fluir na e fazer com que as cenas fossem mais verdadeiras. "Colocaram verdade no papel", disse.

Laços

O quarteto de protagonistas se mostrou extremamente próxima. Uma turma mesmo, nas palavras do simpático Kevin Vechiatto, que dá vida ao Cebolinha. Ao longo da coletiva de imprensa, os quatro mostraram animação com seus papéis. Gabriel Moreira, o Cascão do filme, disse que lia gibis da Turma da Mônica sempre depois de fazer o dever de casa. E que não gosta muito de banho. Giulia Benite, a Mônica, é bravinha. Já chegou a rosnar, sem motivo aparente, para uma mulher na fila do supermercado. E Laura Rauseo disse que come igual sua personagem, Magali, mesmo sendo bem magra.

E histórias de bastidores não faltaram ali. Laura precisava ter oito roupas de figurino de tanto que se sujava -- enquanto os outros tinham três ou quatro. "Todo mundo foi brincar com os cachorros e saiu sem sujeira nenhuma. Ela voltou toda suja de barro, de terra", disse Vechiatto, que adorava contar os podres da turminha. Além disso, quando foi questionado sobre o momento que se tornaram amigos de verdade, ele nem pensou duas vezes antes de contar de quando ele e Giulia soltaram puns sincronizados numa cena. "Quem solta pum junto é amigo", disse, para desespero da intérprete da Mônica.

 
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