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  • Foto do escritorMatheus Mans

Opinião: cada vez mais, fãs de 'Star Wars' tentam estragar a franquia


Atenção: o texto contém um pequeno spoiler de 'Han Solo: Uma História Star Wars'. Não leia se não quiser saber detalhes da trama.

Num primeiro momento, fã é aquele que ama incondicionalmente uma banda, um músico, um livro, um autor, um filme. Dá suporte e apoio em qualquer situação e acompanha aquele criador ou produto cultural de perto, sempre vendo a sua evolução. Com Star Wars não é diferente. A saga de George Lucas tem uma legião de fãs, sempre pronta para vestir as roupas da franquia, empunhar sabre de luz e defender o universo dos jedi.

Só que ultimamente não está sendo assim. Pelo contrário: fãs fervorosos, que se atém demais às convenções da saga, estão seguindo por um caminho obscuro, perigoso, estranho e prejudicial. Chegou ao ápice com Os Últimos Jedi, quando os ditos fãs não aceitaram o rumo de Luke, que teve um desenvolvimento de personalidade inigualável e totalmente coerente dentro do universo de Star Wars. Ou seja: uma grande bobagem sem sentido.

Além disso, há um forte machismo vindo desde O Despertar da Força. Muitos não aceitaram o protagonismo da personagem Rey (Daisy Ridley), afirmando que ela não é tão forte e tão interessante quanto Luke e, até mesmo, Anakin Skywalker -- vivido pelo insosso Hayden Christensen. E em Os Últimos Jedi, esse machismo estrutural acabou recaindo na personagem Rose Tico, vivida pela sino-americana Kelly Marie Tran (XOXO).

De fato, nem se compara o arco de Rey ao de Rose. Esta última, ainda que extremamente real e bem construída, teve uma história fraquíssima ao lado de Finn (John Boyega) e tirou um pouco do ritmo do filme de Rian Johnson. Mas não é nada catastrófico e, principalmente, não é motivo para persegui-la nas redes sociais, obrigando-a a apagar sua conta no Instagram para fugir da perseguição e escapar dos haters.

A cereja do bolo veio com Han Solo: Uma História Star Wars. O filme não é tão bom quanto ao arco principal da família Skywalker, nem tão bom quanto ao spin-off Rogue One, mas é divertido! Dá pra passar o tempo, Alden Ehrenreich está bem na pele do personagem eternizado por Harrison Ford e a história é operante, abrindo um espaço interessante para a continuação. A inserção do Darth Maul na história, por exemplo, é empolgante.

Mas, novamente, o conservadorismo dos fãs não permitiu que a história fosse adiante: muitos não aceitaram Ehrenreich, outros reclamaram da importância de Emilia Clarke na história e alguns chegaram a até boicotar o filme por conta de uma droide que luta pelos direitos de outras inteligências artificiais -- fazendo um paralelo com lutas feministas e por aí vai. Resultado? Bilheteria fraquíssima e o filme de Obi-Wan Kenobi posto em dúvida.

Todos esses acontecimentos, lamentáveis e desnecessário, só prejudicam a franquia como um todo. Há um punhado de fãs, que não consegue pensar além de suas barreiras, que pensam saber mais do que George Lucas, do que a Disney e todas as pessoas envolvidas há anos. Mas não sabem!! Lógico, há motivos para criticar Star Wars -- desde o Episódio I e indo até as mudanças nos efeitos visuais na remasterização dos filmes.

Nada disso, porém, é motivo para boicotar, perseguir, buscar financiamento para remake de Os Últimos Jedi. É um movimento bizarro dos fãs que vai no sentido contrário de tudo que é esperado de um grupo que deveria apoiar Star Wars acima de tudo. Com essas decisões, Star Wars é empobrecido. Ao invés de universo expandido, histórias mais fechadas. Ao invés de ousadia, zona de conforto. Ao invés de diversidade, mesmice.

É um caminho pregado por fãs que se fecham em seus universos e esquecem da grandiosidade da galáxia de Star Wars. Muito pode ser explorado, do passado e do presente. E não é nenhum fã barbudo, atrás de um computador, que deve ditar isso. A série deve avançar, melhorar, se diversificar. É melhor pra Star Wars, pra Disney e pro público. Quem não se adaptar e entender isso, francamente, não é fã de Star Wars.

 
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