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  • Foto do escritorMatheus Mans

Em 'Os Rios da Vida', uma mãe mergulha nos caminhos da História


Uma das coisas mais valiosas a se fazer em vida é passar ensinamentos adiante. Afinal, o que fica e permanece é o comportamento, o pensamento e as maneiras de agir. Um filho pode até não ser um cópia idêntica do pai ou da mãe. Mas, ainda assim, leva alguns elementos de seus progenitores consigo. E não só! Sempre há fagulhas dos avós, dos tios, dos irmãos. É dessa maneira que se constrói uma herança, uma memória, e coisas do tipo. O ensinamento passado de uma geração para outra deixa tudo ainda mais vivo.

Por isso o livro Rios da Vida é tão interessante. Nele, a autora Johanna Ferreira narra as conversas que teve com seus filhos sobre História, mitologia, vida, religião, misticismo, viagens. As dúvidas das duas crianças são pertinentes e, com elas, cria-se um diálogo que vai avançando pelas fronteiras da História. São retratos reais e atuais. Uma visão de uma mãe sobre fatos históricos, sempre amparada por livros, sites e outras bibliografias, para buscar o melhor ângulo sobre discussões e trincheiras históricas.

Dentre os assuntos abordados no livro, é possível encontrar passagens sobre a queda de Constantinopla, história da Grécia Antiga, os Hunos, Deuses antigos e até mesmo Ho'oponopono. São histórias que marcaram o mundo e que Johanna, de alguma forma, as compreende e insere na lógica e na vida de seus dois filhos. É bonito de ler.

Abaixo, confira a entrevista do Esquina com a autora e mão Johanna Ferreira, que fala sobre desafios da escrita, de onde surgiu a ideia do livro e pra onde vão os rios da vida:

Esquina da Cultura: De onde surgiu a ideia do livro? Como foi o início do processo?

Johanna Ferreira: Depois de muito ler, estudar e viajar, senti uma necessidade muito grande de compartilhar com os outros e com meus filhos a minha visão do mundo. Como eu via a sequência da história, suas tragédias e melhorias ao longo do tempo. As lutas de poder e as opressões de povos e culturas que aconteceram devido a esses embates. O que pode ter gerado muito sofrimento a nós brasileiros e a incompreensão de muitos referente a vários aspectos que construíram nosso país. Senti uma urgência muito grande vinda da presença e questionamentos dos meus filhos de tentar fazer algo para melhorar o nosso país e a desunião no mundo.

Esquina: Você mescla informação histórica com conversas com seus filhos. São duas linguagens que, muitas vezes, não conversam. Como foi pra unir esses dois universos?

Johanna: Eu procurei contar tudo com muito amor e perdão no coração. Essas são duas qualidades que uma mãe tem. É a sua capacidade de amar e aceitar os problemas que surgem com seus filhos. E quando transferimos isso para a história, percebi que essa seria a única forma de obtermos a liberdade. Nos livrarmos do sentimento de vingança que tanto marcou o motivo de guerras e, amar e perdoar o outro para vir o sentimento de estar livre e pleno no mundo.

Esquina: O que você faz além de, hoje, ser escritora?

Johanna: Além de cuidar dos meus filhos e da casa, eu estou me especializando em dar aulas de inglês. Hoje trabalho como voluntária numa ONG dando aulas de inglês para adolescentes de uma comunidade. Foi o privilégio e gratidão de poder me dedicar aos meus filhos e marido também o que me moveu a tentar melhorar a vida ao meu redor.

Esquina: O livro possui fatos bem específicos, além de misturar com alguns aspectos místicos e por aí vai. Como foi a pesquisa?

Johanna: Foram vários anos de pesquisa e viagens, aprendendo muito, para conseguir juntar os fatos, ideias e pontos de vista que apresento no livro. Escutei muito e procurei compreender o que marcou e machucou a humanidade e em específico, nós aqui no Brasil, para tentar entender o por que de tanta violência e abusos contra nós mesmos.

Esquina: Pensa em dar continuidade à escrita? Tem novos planos?

Johanna: Para fazer um livro, a inspiração precisa vir de dentro, de dentro do coração. Hoje fico feliz e realizada que apresentei e reuni o que eu sinto que machucou muito a humanidade e nós brasileiros e, como curar essas dores. Está me vindo uma outra ideia para um novo livro, mas por enquanto estou curtindo a realização deste.

 

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