![](https://static.wixstatic.com/media/894d3e_70cbb1a11fd84450ab2b9bd7a69df056~mv2.jpg/v1/fill/w_147,h_99,al_c,q_80,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/894d3e_70cbb1a11fd84450ab2b9bd7a69df056~mv2.jpg)
A Netflix parece ter uma estratégia muito bem traçada para seus filmes originais. Lançados toda sexta-feira, essas produções alternam entre dramas sérios, como Cargo e Anon, e comédias mais leves e despretensiosas, como A Barraca do Beijo e Dude. Ibiza: Tudo pelo DJ, lançamento da Netflix desta sexta, 25, entra no último grupo com uma trama mais adulta, mas com a mesma fórmula e problemas desses outros lançamentos.
Ibiza: Tudo pelo DJ tem um fiapo de narrativa, escrita por Lauryn Kahn, estreante em longas como roteirista. Harper (Gillian Jacobs) é convidada por sua chefe para participar de uma série de reuniões em Barcelona, na Espanha. Animada com a perspectiva de conhecer o país, ela acaba levando suas duas melhores amigas (Phoebe Robinson e Vanessa Bayer) para a viagem. O resultado, claro, acaba em drogas, bebidas, sexo e festas.
Ressoando em filmes recentes como A Noite é Delas e o nacional Gostosas, Lindas e Sexies, o filme não se atém a amarras e consegue driblar o machismo incrustado nesse tipo de produção -- predominantemente com personagens masculinos. Assim como em Dude, alguns clichês são revertidos e não há medo em colocar as personagens em situações pouco usuais. É algo natural, fluído e que contribui para a democratização do subgênero.
O tom dado pelo diretor Alex Richanbach -- também estreante em longas -- até que se firma bem dentro da proposta. Ele consegue trazer algumas situações engraçadas, dando um ar divertido e necessário à trama. A ambientação também funciona, assim como a boa trilha sonora, que trafega entre Frank Sinatra, passando por David Bowie e indo até Pablo Vittar.
Todos esses elementos, porém, não conseguem segurar a falta de história. Não há quase nada de interessante entre o primeiro ato -- quando Harper conhece um DJ, que dá título ao longa -- e a sua conclusão. Apenas sequências longas de festas, festas e mais festas. Isso, ainda que funciona num primeiro momento, acaba se tornando muito desinteressante ao resultado final. Fica a sensação de que não há o que contar em tanto tempo.
Além disso, há incoerências narrativas -- como a viagem permitir uma ida à Ibiza sem problemas ou, ainda, uma tarde tranquila na praia. Há personagens que entram para não fazer diferença alguma, como um grupo de jogadores de futebol e um punhado de espanhóis extremamente estereotipados. São várias coisas tentando alongar o tempo de tela.
O elenco até que é operante, mas se perde em criações rasas de seus personagens. Gillian Jacobs (da série Love) começa muito bem, como uma protagonista desses filmes deve ser, mas se perde numa interpretação histriônica e exagerada. Não funciona. Vanessa Bayer (O Rei da Polca) é a mais engraçada, mas acaba subaproveitada pelo roteiro. Phoebe Robinson (I Love Dick) é a mais apagada de todas. Não tem um único bom momento.
Ao final, fica a sensação de que Ibiza: Tudo Pelo DJ é divertido, traz uma boa e nova visão aos filmes de viagem entre amigos e conta com uma boa ambientação -- o que já é alguns pontos à frente de A Barraca do Beijo. Ainda assim, porém, os estereótipos, os personagens vazios e as sequências de festas que se repetem sem parar tornam o filme vazio e sem conteúdo. Fica a sensação de que 90 minutos poderiam ser transformados em apenas 20.
![](https://static.wixstatic.com/media/894d3e_2b6c0e69ee5842e4ac98d5a722d1c9cd~mv2.jpg/v1/fill/w_116,h_28,al_c,q_80,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/894d3e_2b6c0e69ee5842e4ac98d5a722d1c9cd~mv2.jpg)
![](https://static.wixstatic.com/media/894d3e_b9e02574ec58416fb4367bb98b8f18b8~mv2.jpg/v1/fill/w_147,h_45,al_c,q_80,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/894d3e_b9e02574ec58416fb4367bb98b8f18b8~mv2.jpg)