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  • Foto do escritorMatheus Mans

Crítica: 'Belo Desastre' é melhor do que 'After' por não se levar a sério


Um dos grandes problemas da franquia After, conforme já falamos aqui nas críticas do primeiro e do terceiro filmes, é o fato de que a produção se leva a sério demais. Não dá espaço para compreender a história como algo além do real, abraçando o fantasioso, e tudo fica rígido demais. E é justamente por seguir um caminho bem diferente dessa rigidez que Belo Desastre funciona. O longa-metragem chega aos cinemas brasileiros já nesta quinta-feira, 13 de abril.


Dirigido por Roger Kumble (Segundas Intenções e, é claro, de After), o longa-metragem é o típico filme erótico adolescente: conta a história de Abby (Virginia Gardner), uma jovem misteriosa que sai da casa de seu pai, em Las Vegas, e vai fazer faculdade em Sacramento. Tudo vai bem nessa sua nova vida até que ela conhece Travis Maddox (Dylan Sprouse), um bad boy conhecido por sua atividade como lutador amador e que conquista facilmente as mulheres que aparecem aí.


Menos Abby. Mesmo sentindo atração pelo rapaz, a garota resiste. Não quer ser mais uma nas contas do menino mulherengo e não dá o braço a torcer. É aí que nasce o coração da história de Belo Desastre, que fala sobre essa perseguição de gato e rato entre os dois jovens adultos.

Não há como negar, e fechar os olhos, para o fato de que o filme conta com momentos bizarros e até mesmo constrangedores. Há uma sequência dos dois protagonistas, ainda resistentes, acordando na cama de manhã que é uma das coisas mais desesperadoras que já vi no cinema -- queria entrar dentro da poltrona do cinema de tanta vergonha. Abby e Travis também são personagens artificiais, como paródias do que vemos em Clube da Luta e Quebrando a Banca.


No entanto, ao contrário do que acontece nos péssimos filmes de After, Belo Desastre não tenta, em momento algum, ser sério. Não quer dramas familiares profundos (e que doem a alma de tanta estranheza). Quer pegação entre jovens bonitos e que, em última instância, causa emoção no público jovem que vai aos cinemas justamente para ver isso. E apesar da artificialidade das histórias, tanto de Abby quanto de Travis, não há problemas no andamento: fica mais divertido.


Vale ressaltar, também, que absurdos cometidos no livro de Belo Desastre são arrumados -- li o livro desavisado, há muitos e muitos anos anos, e lembro de ter ficado absolutamente chocado com o que estava lendo; a relação entre Travis e Abby era absolutamente problemática, pra dizer o mínimo. É uma adaptação razoável. Obviamente, um público mais velho não deve se interessar pela história, cheia de furos, artifícios e lógicas que só fazem sentido na cabeça dos mais jovens.


Porém, Belo Desastre funciona como um filme que diverte, seja pelos personagens inesperados, pela história cheia de idas e vindas, pela bizarrice das cenas. Quem for aos cinemas esperando romances eróticos adolescentes, encontrará o que quer. Quem for querendo uma diversão bizarra, terá também. E fica a torcida para que nesse mercado ainda em franco crescimento, de romances eróticos adolescentes, tenha Belo Desastre como exemplo -- e After do que não fazer.

 

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