Aviso: Este texto está recheado de spoilers de Bliss. Se ainda não assistiu, volte mais tarde.
Conforme já falamos na crítica de Bliss, o longa-metragem de Mike Cahill é simplório. Afinal, o diretor fica trabalhando em cima de uma ideia exageradamente simples para parecer mais complicado. Fica numa mistura estranha, e sem sentido, entre Complicações do Amor e Entre Realidades. Com isso, sem dúvidas, muita gente deve se perguntar: o que isso quer dizer?
Antes de tudo, é preciso lembrar um pouco da história. O longa-metragem conta a história de Greg (Owen Wilson), homem que está vendo a felicidade escorrer entre os dedos. Se separou da esposa, foi demitido do trabalho e está completamente perdido no rimo da vida. É neste momento que ele conhece Isabel (Salma Hayek), que diz que vivemos numa realidade paralela.
A partir deste momento, as coisas começam a ficar borradas. Eles tomam uma espécie de cristal para ganhar "poderes" -- empurram pessoas apenas mexendo as mãos, à distância, ou até esmagam carros. Começam a viver num mundo próprio. E as coisas ficam ainda mais complicadas quando tomam o cristal azul para transcender para uma outra realidade.
Comentário social sobre drogas
Antes de tudo, é preciso compreender que Bliss é um comentário social de Mike Cahill sobre o uso de drogas e remédios para escapar da realidade. Greg está se afogando em um momento de tristeza, e abusando do uso de remédios, quando conhece a personagem de Salma -- alguém que, aparentemente, já faz uso de drogas. É o passo final na descida de Greg ao vício completo.
A partir daí, eles começam a sentir que possuem poderes especiais depois de tomar o cristal amarelo (LSD? Ecstasy? Ou algum tipo de remédio controlado?). É o primeiro nível do deslocamento da realidade. O personagem de Owen Wilson, primeiramente, começa a encontrar a liberdade que tanto anseia após ser demitido, de terminar o casamento, se afastar dos filhos...
A coisa piora de vez quando ele inala o crista azul (cocaína? Inalantes?) e quebra de vez o vínculo com a realidade, indo para um "universo paralelo" -- que não deixa de ser um mundo imaginário e idealizado. Lá ele encontra seus desenhos, que estavam deixando-o obcecado, se tornando realidade. Até mesmo Bill Nye, que Wilson viu na TV, toma forma nesse universo.
E não, não tem como aquela realidade paralela e idealizada anteceder a vida de Greg como apresentada no início. Além da presença de Nye, que foi incorporada nesse sonho alucinógeno, há um desenho da personagem de Selma Hayek. Ela está espreguiçando, com um cigarro nas mãos. O desenho foi feito antes da cena acontecer. Não tem como ser uma mera reprodução.
Ou seja: Greg, personagem de Owen Wilson, mergulhou na loucura do vício das drogas, sejam remédios ou drogas ilegais. Podemos até duvidar da existência da personagem de Salma -- afinal, o que impede que Isabel seja apenas um primeiro deslocamento da realidade e extrapolação da imaginação de Greg? Oras, ela nunca se relaciona com ninguém no mundo real.
E o tubo de cérebros? E os protestos?
Novamente, como dito na crítica aqui no Esquina, Cahill se vale de uma série de artifícios para complicar a trama. Aquele programa que cria desenhos, o tubo de cérebros, os protestos. Tudo ali não passa de "sacadas" de roteiro que nunca são realmente bem explicadas. O tubo, de alguma maneira, pode mostrar aquelas pessoas viciadas deslocando a razão de sua existência.
Mas os protestos que despertam Greg e Isabel daquele mundo idealizado? Difícil dizer. Talvez seja a realidade chamando a atenção? Talvez seja o diretor querendo trazer um comentário social sobre as diferenças econômicas entre as pessoas e como Greg entra naquilo? Fica para cada um entender e sentir. O fato é de que Bliss, na superfície, é bem simples. Sem segredos.
É um filme sobre drogas, sobre a fuga da realidade e a tentativa desesperada de abraçar a felicidade -- não é à toa o subtítulo em português, Em Busca da Felicidade. Algumas questões ficam em aberto, como a existência ou não da personagem de Salma Hayek. No entanto, a base está aqui. Um comentário social sobre o uso de drogas. Fica a cargo de cada um ir além.
O filme é interessante, no início quando ele encontra a mulher interpretada pela atriz "Salma Hayek" eu até cheguei a pensar que era um filme relacionado a tal "lei da atração" tudo que pensamos trazemos de algum modo a nossa realidade, mas depois com esses tais cristais azul e amarelo que ela vive tomando com ele, dá sim pra perceber que é relacionado a consumo de drogas trazendo uma fuga da realidade de ambos que está crítica. "Achei Muito forte o filme" e interessante, e também me deixou a pensar sobre a seriedade do assunto, e a necessidade de cuidarmos da nossa saúde emocional e mental.
Filme chato, que dá margem a inúmeras interpretações. Pra mim, ele fala sobre esse mundo detonado ter seus encantos nas pessoas q a gente ama. Mesmo sendo ruim, vale a pena viver aqui por causa de quem vc ama.
Uso de drogas e fuga da realidade...
Eu entendi que ele já estava em uma depressão forte e abusava de medicamentos...
A demissão foi como a gota d'água...ele estava drogado no momento em que foi demitido e entrou num surto psicótico.
Pra mim, tudo, a partir desse momento, foi uma grande alucinação - efeito das drogas que usava -incluso a personagem da Salma. Reparem que ele desenhou uma mulher no início do filme, é um desenho com o rosto dela. Ela é uma criação da cabeça dele, como quase todo o resto.
O filme é muito sensível nesse sentido, porque para uma pessoa drogada/viciada é difícil separar o que é real e o que não é, eles vêem coisas, falam…
no começo entendi que era uma fuga da realidade, para cinéfilos e tem mais de 40 anos,vai lembrar de drugstory cawboy de 1989, é bem assim!
Não , entendi foi nada filme estranho para cacete