A Netflix, como deixamos claro na lista de piores do ano, lançou muita coisa ruim ao longo de 2020. Produções ruins, atores terríveis, histórias sem pé nem cabeça. É difícil entender os caminhos de algumas dessas produções e, principalmente, os motivos de terem sido financiadas. No entanto, ao contrário do que parece, a Netflix também lançou coisa boa.
Abaixo, selecionamos algumas dessas raridades que encontramos na Netflix. São cinco filmes de destaque que chegaram apenas ao serviço. Como sempre, fique à vontade para comentar.
5. Tigertail
Título: Tigertail
Direção: Alan Yang
Elenco: Tzi Ma, Christine Ko, Hong-Chi Lee
Nota do filme: 8,1
1. Originalidade: 6,0
2. Qualidade Técnica: 8,5
3. História: 8,5
4. Atuações: 8,5
5. Caráter Mobilizador: 9,0
Justificativa: Filme extremamente pessoal do cineasta Alan Yang, que conta a história de um rapaz através das décadas em Taiwan. Poético e de uma sensibilidade ímpar, o longa-metragem acerta ao trazer aspectos caros à cultura da região tratados sob a ótica de uma vida toda. A fotografia é um show à parte. Se não fossem alguns aspectos genéricos da jornada do rapaz e uma pressa descabida para contar a história, sem dúvidas estaria entre os melhores do ano na lista geral. Mas, da maneira que foi entregue ao público, merece este destaque por aqui. Crítica.
4. Revelação
Título: Revelação
Direção: Sam Feder
Elenco: Laverne Cox, Bianca Leigh, Jen Richards
Nota do filme: 8,3
1. Originalidade: 8,5
2. Qualidade Técnica: 8,5
3. História: 8,5
4. Entrevistas: 6,0
5. Caráter Mobilizador: 10,0
Justificativa: Este talvez seja o documentário mais importante lançado no primeiro semestre. Afinal, o cineasta Sam Feder conseguiu um feito aqui: através de importantes entrevistas, com nomes fortes do cinema mundial, fez um balanço da representatividade trans no cinema. Ainda que falhe ao não abordar com profundidade produções de fora dos Estados Unidos (o que tirou pontos em "entrevistas", acima), o longa-metragem acerta ao fazer o espectador refletir sobre os caminhos da comunidade trans na sétima arte. Filmaço, que deve ser assistido. Crítica AQUI.
3. Ya No Estoy Aqui
Título: Ya No Estoy Aqui
Direção: Fernando Frias
Elenco: Juan Daniel Garcia Treviño, Xueming Angelina Chen, Coral Puente
Nota do filme: 8,3
1. Originalidade: 9,0
2. Qualidade Técnica: 7,5
3. História: 8,0
4. Atuações: 8,0
5. Caráter Mobilizador: 9,0
Justificativa: Que grande filme é Ya No Estoy Aqui, produção mexicana exclusiva da Netflix. Aqui, o cineasta Fernando Frias acertou em cheio ao fazer um retrato cultural bem específico de grupos da periferia mexicana. As coisas mudam na vida de um dos integrantes, Ulises, quando é obrigado a fugir para os Estados Unidos. Ainda que tenha um problema de roteiro, que faz com que a história se torne repetitiva lá pra metade da produção, a sensibilidade de Ya No Estoy Aqui é aguçada, potente, distinta. Difícil encontrar um filme com essa mesma potência. Crítica AQUI.
2. Joias Brutas
Título: Joias Brutas
Direção: Benny Safdie, Josh Safdie
Elenco: Adam Sandler, Julia Fox, Idina Menzel
Nota do filme: 9,2
1. Originalidade: 9,0
2. Qualidade Técnica: 10,0
3. História: 9,0
4. Atuações: 9,0
5. Caráter Mobilizador: 9,0
Justificativa: Talvez seja o filme mais comentada desta lista. E não é pra menos. Os irmãos Safdie (que já tinham impressionado com Bom Comportamento) criaram uma sonata visual do aqui em Joias Brutas. Com um Adam Sandler absolutamente transformado, o longa-metragem mostra a força que uma narrativa bem construída tem, causando um impacto significativa na audiência -- o desespero, a confusão, o caos. Tudo pode ser sentido aqui. Ainda mais com a atuação de Sandler, que vive o melhor papel de sua carreira. Um filmaço. Crítica completa AQUI.
1, Secreto e Proibido
Título: Secreto e Proibido
Direção: Chris Bolan
Elenco: Terry Donahue, Pat Henschel, Diana Bolan
Nota do filme: 9,8
1. Originalidade: 9,0
2. Qualidade Técnica: 10,0
3. História: 10,0
4. Entrevistas: 10,0
5. Caráter Mobilizador: 10,0
Justificativa: Revelação pode ter sido o documentário mais importante de 2020, mas nenhum é tão emocionante e profundo quanto Secreto e Proibido. Dirigido por Chris Bolan, a produção mergulha na história de um casal de mulheres que está junto desde a década de 1940. Isso mesmo. Mil novecentos e quarenta. Dessa forma, com elas já idosas, o longa-metragem se dedica a mostrar os desafios que essas duas viveram, mas, sobretudo, ao amor que as ajudou a superar isso tudo. Não tem documentário mais bonito e mais urgente. Crítica completa AQUI.
****
** Em caso de empate, o Esquina compara as notas conforme ordenadas na lista acima, indo de originalidade para qualidade técnica, depois história, para atuações e, por fim, caráter mobilizador.
*** As notas diferem entre listas de rankings por conta da diferença dentro de seus universos. A nota de qualidade técnica pode fica maior na lista nacional por conta da comparação direta com outros concorrentes, enquanto diminui no ranking mundial.
Comments