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  • Foto do escritorMatheus Mans

Análise: BIFF 2020 confirma que festivais também podem ser online


Desde o início da crise do novo coronavírus, festivais de cinema estão batendo cabeça para tentar entender como podem sobreviver. Afinal, é inviável a curto e médio prazo juntar centenas de pessoas em um único ambiente, sem circulação de ar, por dias a fio. Enquanto isso, grandes festivais rejeitam a ideia de realizar suas edições online. Seja por medo ou desconhecimento.


Agora, porém, um festival brasileiro mostrou e comprovou que ser digital não é ruim, tampouco impossível. O Brasília International Filme Festival (BIFF), em 2020, transpôs a realidade das salas de cinemas lotadas para uma plataforma digital, onde qualquer um poderia acessar filmes digital e gratuitamente ao longo de todos os dias de mostra. Uma iniciativa inédita aqui no País.


E o resultado não poderia ter sido mais satisfatório. Com 26 filmes em cinco diferentes categorias, o BIFF 2020 funcionou plenamente. Ainda que a plataforma Looke, que serviu de base para a exibição das produções, seja instável. Este, aliás, foi o único ponto que jogou contra. Em momentos, funcionava só no Chromecast. Depois, só no computador. Depois, só no Apple TV.

'O Tesouro Esquecido' foi um dos grandes destaques
'O Tesouro Esquecido' foi um dos grandes destaques

Mas tirando isso, foi uma experiência completa. Filmes ótimos, como O Tesouro Esquecido, Encantado e Corpus Christi. Outros destacáveis, seja pela emoção ou pela diversão, como Até que Você me Ame e Um Sonho de Família. E, por fim, o BIFF 2020 ainda trouxe aqueles filmes que despertam amor e ódio, como Blue Girl, Me Leve para um Lugar Legal e o nacional Fendas.


A única coisa que faltou, de fato, foram aquelas conversas de saída de cinema, onde as paixões afloram e as discussões tomam conta. Mas, de alguma maneira, as publicações e trocas em aplicativos e plataformas de registros de filmes, como Filmow e Letterboxd, serviram para dar um ar de coletividade. Talvez outros festivais possam criar serviços próprios de conversa.


Enfim. O BIFF 2020 provou e comprovou que um festival pode, sim, acontecer online, de maneira globalizada. Poderia parecer algo distante ou, até mesmo, ruim de ser feito. "Festival online? Como seria isso?", perguntam executivos da indústria por aí. Bom, não há mais dúvidas. A resposta está aqui, numa das experiências mais interessantes e curiosas no cinema do País.

 
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