Como já disse na nossa lista de melhores do ano, 2020 não foi fácil. Os cinemas ficaram fechados e sem lançamentos por meses, enquanto o streaming se tornou a única forma de encontrar refúgio para a sétima arte. Dessa forma, mesmo com parcos lançamentos, algumas coisas ainda se sobressaíram como produções ruins, fracas, previsíveis. Enfim, piores do ano.
Só vale ressaltar que consideramos a data de lançamento no Brasil - se o filme é de 2019, mas chegou ao Brasil só neste ano, ele entra na lista. Assisti muita coisa de festivais que entrariam tranquilamente na lista, como o terrível Stardust ou Dente por Dente. Mas ainda não estrearam no Brasil. Se você tiver alguma sugestão ou crítica sobre a lista, deixe nos comentários!
13. Invasão Zumbi 2: Península
Título: Invasão Zumbi 2: Península
Direção: Sang-ho Yeon
Elenco: Dong-won Gang, Lee Jung-hyun, Re Lee
Nota do filme: 2,8
1. Originalidade: 3,0
2. Qualidade Técnica: 1,0
3. História: 5,0
4. Atuações: 3,0
5. Caráter Mobilizador: 2,0
Justificativa: Beira o inacreditável que esta bomba seja a sequência do sensacional Invasão Zumbi — top 3 definitivo do ranking de melhores filmes do ano em que foi lançado. Aqui, o cineasta Sang-ho Yeon aposta numa trama meia-boca, sem qualquer identidade própria, e que não chega em lugar algum. Pelo menos a produção tem algumas sequências interessantes e empolgantes, justificando a nota um pouco maior em "história". De resto, filme pra esquecer.
12. Por Lugares Incríveis
Título: Por Lugares Incríveis
Direção: Brett Haley
Elenco: Elle Fanning, Justice Smith, Alexandra Shipp
Nota do filme: 2,8
1. Originalidade: 2,0
2. Qualidade Técnica: 3,5
3. História: 2,0
4. Atuações: 6,5
5. Caráter Mobilizador: 0,0
Justificativa: Por Lugares Incríveis já começa alguns passos atrás. Afinal, zero originalidade para mais história adolescente sobre um casal que se conhece em um momento psicológico complicado. Já virou clichê. No entanto, esta produção original da Netflix consegue ir além. Muito além. Afinal, Por Lugares Incríveis erra ao tratar o tema do suicídio de maneira absolutamente leviana, sem qualquer cuidado necessário, colocando adolescentes e jovens sob possibilidades complicadas. Um filme que deve e merece ser problematizado. Crítica AQUI e vídeo AQUI.
11. Abraço
Título: Abraço
Direção: DF Fiuza
Elenco: Flávio Bauraqui, Rose Ribeiro, Giuliana Maria
Nota do filme: 2,7
1. Originalidade: 3,5
2. Qualidade Técnica: 0,0
3. História: 5,0
4. Atuações: 0,0
5. Caráter Mobilizador: 5,0
Justificativa: Odeio colocar filmes nacionais na lista de piores do ano. Realmente penso duas vezes antes de colocar qualquer título aqui — não por "bairrismo", mas por conta do momento delicado em que vivemos. No entanto, não dava pra deixar escapar Abraço da lista, tampouco os outros dois nacionais que ainda irão surgir. Este longa de DF Fiuza é uma vergonha. A história, ainda que seja inspirada num acontecimento real potente, não encontra espaço para avançar. A artificialidade da trama dá desespero. Pelo menos há uma mensagem no fundo de tudo isso.
10. Encontro Fatal
Título: Encontro Fatal
Direção: Peter Sullivan
Elenco: Nia Long, Omar Epps, Stephen Bishop
Nota do filme: 2,7
1. Originalidade: 0,0
2. Qualidade Técnica: 3,5
3. História: 3,0
4. Atuações: 2,0
5. Caráter Mobilizador: 5,0
Justificativa: Por algum motivo que ninguém entende, a Netflix resolveu investir em filmes policiais genéricos e sem propósito algum ao longo de 2020. Um deles é Encontro Fatal, esta bomba sem qualquer identidade da Netflix. Ainda que a história tenha uma "mensagem" e o começo seja interessante, ela vai se desenrolando para um caminho óbvio e altamente previsível, com atuações que deixam qualquer um com vergonha. Crítica AQUI e vídeo AQUI.
9. Os Órfãos
Título: Os Órfãos
Direção: Floria Sigismondi
Elenco: Mackenzie Davis, Finn Wolfhard, Brooklynn Prince
Nota do filme: 2,7
1. Originalidade: 0,0
2. Qualidade Técnica: 5,0
3. História: 3,5
4. Atuações: 5,0
5. Caráter Mobilizador: 0,0
Justificativa: É incrível como este filme consegue partir de nada e chegar à lugar algum. Pra começar, Os Órfãos já tem uma outra versão, de 1961, muito mais bem feita e poderosa. Mas tudo bem. Vamos supor que não ligamos pra isso e aceitamos Os Órfãos assim, com essa parca originalidade. Ainda assim, porém, o filme é péssimo. A história é mal escrita, mal conduzida. E, além disso, pode-se dizer que a cineasta Floria Sigismondi é responsável por um dos finais mais estranhos, abruptos e sem sentido da história do cinema. É bizarro. Crítica completa, AQUI.
8. Ema
Título: Ema
Direção: Pablo Larraín
Elenco: Mariana Di Girolamo, Gael García Bernal, Santiago Cabrera
Nota do filme: 2,6
1. Originalidade: 4,0
2. Qualidade Técnica: 5,0
3. História: 1,0
4. Atuações: 3,0
5. Caráter Mobilizador: 0,0
Justificativa: Ema, filme que chegou ao público brasileiro via uma interessante estreia na plataforma Mubi, comprova como o cineasta chileno Pablo Larraín é instável. Afinal, ele dirigiu os excelentes O Clube e No, mas também é o responsável pelo sonífero Jackie e esta bomba aqui. Com um visual ousado, e que confere esses cinco pontos acima em qualidade técnica, Pablo conta a história de uma jovem de dança perdida na vida. É chato. Tão chato quanto Jackie. E pior: quem conseguir chegar ao final, nem ao menos será bem recompensado. Péssimo.
7. Verlust
Título: Verlust
Direção: Esmir Filho
Elenco: Andrea Beltrão, Marina Lima
Nota do filme: 2,4
1. Originalidade: 4,0
2. Qualidade Técnica: 5,0
3. História: 0,0
4. Atuações: 3,0
5. Caráter Mobilizador: 0,0
Justificativa: Quer passar vergonha alheia? Então assista a esta bomba de Esmir Filho, Verlust. Um dos filmes mais chatos, pedantes e sem propósito do ano, esta produção nacional erra ao trazer temas profundos de maneira rasa e nunca entregar ao público a reflexão necessária para se aprofundar nesse ambiente estranho criado pela diretor — aliás, vale dizer, a direção de arte talvez seja o único ponto alto desta produção. Difícil aguentar até o final sem soltar um bocejo.
6. O Limite da Traição
Título: O Limite da Traição
Direção: Tyler Perry
Elenco: Crystal Fox, Phylicia Rashad, Bresha Webb
Nota do filme: 2,0
1. Originalidade: 5,0
2. Qualidade Técnica: 1,0
3. História: 2,0
4. Atuações: 2,0
5. Caráter Mobilizador: 0,0
Justificativa: A partir de agora, é ladeira abaixo. A diferença entre os filmes é mínima, de tão ruins que são. E O Limite da Traição talvez seja o mais vergonhoso. Dirigido por Tyler Perry (da franquia Madea), o longa-metragem conta uma história novelesca sobre m casal que vive uma vida de mentiras, falsidades, traições e por aí vai. Dá vergonha. Mas o pior vem com a trama judicial e de julgamento, que tem algumas das sequências mais vergonhosas do cinema. Perry, como sempre, não sabe dirigir e entrega um filme desastroso. Crítica AQUI e vídeo AQUI.
5. O Grito
Título: O Grito
Direção: Nicolas Pesce
Elenco: Tara Westwood, Junko Bailey, David Lawrence Brown
Nota do filme: 1,6
1. Originalidade: 0,0
2. Qualidade Técnica: 1,0
3. História: 3,0
4. Atuações: 4,0
5. Caráter Mobilizador: 0,0
Justificativa: Na CCXP de 2019, o tom deste filme já estava definido. No palco, o criador e diretor dos filmes originais de O Grito disse em alto e bom som: não tenho absolutamente nada a ver com este novo filme. Tirou o corpo fora. E não era pra menos. O Grito, esta bomba de 2020, é daqueles filmes de terror que dão medo, mas não pelos motivos correto. Os sustos são fracos, a maioria das cenas apela para jump scares, o roteiro é risível e o desconforto dos atores pode ser sentido através da tela. A vontade é correr para desligar a TV e nunca mais se lembrar disso.
4. De Perto Ela Não é Normal
Título: De Perto Ela Não é Normal
Direção: Cininha de Paula
Elenco: Suzana Pires, Marcelo Serrado, Heloísa Perissé
Nota do filme: 1,2
1. Originalidade: 0,0
2. Qualidade Técnica: 0,0
3. História: 3,0
4. Atuações: 0,0
5. Caráter Mobilizador: 3,0
Justificativa: Este é aquele filme nacional que não tenho dó alguma de colocar nesta lista, ao contrário dos outros dois já citados. Talvez tenha sido a crítica mais dura do ano publicada aqui no Esquina, mas não tinha como. De Perto Ela Não é Normal é um absurdo, uma vergonha, uma tosquice. O elenco está péssimo, a produção toda é brega, a história não tem graça e Cininha de Paula atinge o degrau mais baixo da qualidade cinematográfica. Péssimo. Crítica completa AQUI.
3. Mentiras Perigosas
Título: Mentiras Perigosas
Direção: Michael M. Scott
Elenco: Nick Purcha, Joe Costa, Camila Mendes
Nota do filme: 1,0
1. Originalidade: 1,0
2. Qualidade Técnica: 0,0
3. História: 1,0
4. Atuações: 3,0
5. Caráter Mobilizador: 0,0
Justificativa: Pense num suspense genérico, mequetrefe. Daqueles que não são memoráveis em absolutamente nada. Agora multiplique isso por dez. Eis Mentes Perigosas, essa produção da Netflix que não acerta em absolutamente nada. Camila Mendes está deslocada, a história é muito mal escrita e nada, absolutamente nada, trabalha em prol de uma história realmente desafiadora. Tudo ali busca facilitações, escapes e soluções que não fazem sentido para o que já tinha sido apresentado antes. Fraco, fraco, fraco. A crítica completa pode ser encontrada AQUI.
2. A Barraca do Beijo 2
Título: A Barraca do Beijo 2
Direção: Vince Marcello
Elenco: Joey King, Joel Courtney, Jacob Elordi
Nota do filme: 1,0
1. Originalidade: 0,0
2. Qualidade Técnica: 2,0
3. História: 1,0
4. Atuações: 2,0
5. Caráter Mobilizador: 0,0
Justificativa: Que coisa mais tosca é essa franquia de A Barraca do Beijo. Este segundo filme repete a façanha do primeiro cm uma história boba, idiota e que só agrada aqueles fãs alucinados. Nesta sequência, o amigo da protagonista está ainda mais irritante, a personagem de Joey King teve um desenvolvimento tosco e o roteiro ainda traz glamourização de traição e coisas do tipo. Não dá pra levar a sério, tampouco deixar de fora desse ranking. Crítica AQUI.
1. O Segredo da Floresta
Título: O Segredo da Floresta
Direção: Vikram Jayakumar
Elenco: Vanessa Curry, Sahil Shroff, Subrat Dutta
Nota do filme: 0,4
1. Originalidade: 1,0
2. Qualidade Técnica: 0,0
3. História: 1,0
4. Atuações:0,0
5. Caráter Mobilizador: 0,0
Justificativa: Mas não tinha como ser diferente. O pior filme, disparado, foi esta bomba que chegou direto na plataforma Cinema Virtual. O Segredo da Floresta, longa-metragem do indiano Vikram Jayakumar, não dá vergonha, não causa tédio, nem nada dessas outras reações que citei acima. Ele, na verdade, causa desespero. É muito, muito difícil chegar ao final do filme satisfeito com qualquer aspecto da produção, que conta com atores medíocres, uma história genérica e nenhum susto efetivo. Difícil entender os motivos da A2 ter comprado essa bomba. Crítica AQUI.
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** Em caso de empate, o Esquina compara as notas conforme ordenadas na lista acima, indo de originalidade para qualidade técnica, depois história, para atuações e, por fim, caráter mobilizador.
*** As notas diferem entre listas de rankings por conta da diferença dentro de seus universos. A nota de qualidade técnica pode fica maior na lista nacional por conta da comparação direta com outros concorrentes, enquanto diminui no ranking mundial.
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